O Governo dos Estados Unidos enviou na sexta-feira (28), uma nova rodada de e-mails exigindo que funcionários federais listem cinco tarefas realizadas ao longo da semana. A iniciativa, liderada por Elon Musk e pela equipe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), busca avaliar o desempenho dos servidores em meio a um plano de cortes significativos no funcionalismo.
A Reuters confirmou que os e-mails partiram do Escritório de Gestão de Pessoal dos EUA (U.S. Office of Personnel Management) e foram enviados a diversas agências governamentais. A nova abordagem vem após uma tentativa anterior fracassar diante de diretrizes confusas e resistência de alguns órgãos.
Elon Musk e Trump pressionam por mais controle sobre servidores públicos
Elon Musk usou a plataforma X para reforçar a obrigatoriedade da medida. “O presidente deixou claro que isso é obrigatório para o Poder Executivo”, escreveu Musk. Ele acrescentou que até funcionários que lidam com informações sigilosas devem responder ao e-mail, indicando apenas que suas tarefas são confidenciais.
A primeira tentativa de exigir os relatórios semanais incluiu ameaças de demissão para quem não respondesse. No entanto, órgãos como os Departamentos de Estado e Justiça instruíram seus funcionários a seguir apenas ordens diretas da chefia. Isso levou o Escritório de Gestão de Pessoal a declarar que a resposta ao e-mail seria voluntária.
Agora, com respaldo direto do presidente Trump, Musk e sua equipe insistem na coleta dessas informações. Ambos alegam que a medida servirá para responsabilizar os servidores, chegando a sugerir que alguns funcionários pagos pelo governo sequer existem.
Cortes no funcionalismo podem afetar serviços essenciais
A medida de Musk e Trump tem sido amplamente criticada por parlamentares democratas e sindicatos, que alertam para o impacto negativo de cortes generalizados. Eles temem que a redução drástica da força de trabalho comprometa serviços essenciais à população.
Apesar da resistência, alguns setores do governo já demonstram adesão. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, determinou que os funcionários do Pentágono respondam ao e-mail. O Departamento de Segurança Interna (DHS) orientou seus servidores a enviar as respostas para um endereço interno intitulado “accountability” (responsabilidade), devido à natureza sensível de suas funções. Já o Departamento de Justiça, segundo mensagens obtidas pela Reuters, também recebeu a diretriz, e o procurador interino do Distrito de Columbia, Ed Martin, pediu aos seus funcionários que cumpram a exigência.
Por outro lado, o Departamento de Estado manteve sua posição de não obrigar os servidores a responderem ao e-mail, conforme um memorando interno obtido pela Reuters.
Órgãos visados por cortes incluem Receita Federal e NOAA
Funcionários de agências como o Serviço Interno de Receita (IRS), a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) também receberam os e-mails de exigência. Esses órgãos estão entre os alvos do plano de cortes promovido pelo Departamento de Eficiência Governamental.
Em fevereiro, Musk e sua equipe ordenaram que todas as agências federais apresentem, até 13 de março, propostas para uma “redução significativa” no número de funcionários.
Enquanto o governo Trump avança com o plano de cortes e maior controle sobre o funcionalismo, a incerteza cresce entre os servidores e legisladores que temem o impacto da medida sobre os serviços públicos nos Estados Unidos.