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MÚSICA

Marimbanda estreia novo álbum “Lindo Sol” em Fortaleza

Com sete composições inéditas de Luizinho Duarte (1954 - 2022), ‘Lindo Sol’ traz as múltiplas facetas do músico, que foi o fundador e principal compositor da Marimbanda, transitando por samba, baião e funk, além de pitadas de mistério e experimentação.

Com sete composições inéditas de Luizinho Duarte (1954 – 2022), ‘Lindo Sol’ traz as múltiplas facetas do músico, que foi o fundador e principal compositor da Marimbanda, transitando por samba, baião e funk, além de pitadas de mistério e experimentação.

O álbum é a estreia em disco dos novos integrantes do grupo: Netinho de Sá, baixista de pulso firme; e Michael da Silva, baterista fenomenal e discípulo de Luizinho. Michael toca a bateria de forma inusitada, com as mãos e de forma percussiva (sem se privar das baquetas). Completam a formação do quarteto instrumental: Heriberto Porto, nas flautas; e Thiago Almeida, no piano e nos arranjos.

“Esse trabalho tem o compromisso de tocar Luizinho Duarte. Minha felicidade é poder rezar isso cada vez que estou em contato com sua música. Ele continua me conduzindo nesse trabalho, conversamos através da Marimbanda que é o templo de Luizinho, é onde está a magia do seu pensamento.”, afirma Thiago Almeida que assina os arranjos do novo álbum.

‘Lindo Sol’ estreia no canal de YouTube da Marimbanda no mesmo dia em que o grupo realiza show na capital cearense, 20 de setembro. Com entrada gratuita, o espetáculo tem início às 19h no Centro Cultural Banco do Nordeste Fortaleza (CCBNB). Já no dia 21, às 9h, o grupo realiza a última oficina da temporada, sobre práticas de conjunto, criação e improvisação musical.

Este projeto é uma realização do Governo Federal “União e Reconstrução”, por meio do Ministério da Cultura e da Lei de Incentivo à Cultura Lei Rouanet, e tem patrocínio do Banco do Nordeste. A produção é da Lumah Produções Culturais e R.P. Cultural.

Lindo Sol

Dentre as sete composições inéditas que estreiam neste álbum, duas contam com participações especiais, são elas: Dora Utermohl no violoncelo e Mathilde Fillat no violino e rabeca, na faixa 4 “Lago das Pedras”; e de Adelson Viana na sanfona, na faixa 5 “No forró do Barro Seco”.

“O Luizinho tinha muitas facetas, transitava por vários gêneros, principalmente os brasileiros como o samba, o choro, o baião, o frevo, a bossa nova, mas não somente. Às vezes ele nos surpreendia e vinha com um tango, uma música afro-caribenha, uma valsa-jazz, e muitos funks, aqueles no estilo dos anos setenta. Neste álbum, a Marimbanda passeia por três gêneros musicais: dois sambas (Samba Louco e O Samba na Escola), dois baiões (Lago das Pedras e Forró no Barro Preto) e dois funks (Lindo Sol e Em Tuas mãos) além de Abracadabra 2, que é bastante diferente das outras, com passagens experimentais e misteriosas e uma parte bem iluminada, pra cima.”, contextualiza Heriberto Porto, integrante do grupo.

A faixa 1 dá nome ao álbum, ‘Lindo Sol’ é um funk em sol maior, como o célebre ‘Feito Assim’, do disco Marimbanda, lançado em 2001. A partir desta composição de Luizinho, o pianista Thiago fez um arranjo bem desafiador.

‘Abracadabra 2’ é uma composição de Thiago Almeida e Luizinho Duarte. Possui uma primeira parte cheia de surpresas e mistérios, já a segunda vira um samba em três tempos, bem colorido, duarteano, salseado.

A terceira faixa do disco é ‘Em Tuas Mãos’, um jazz. “Esta é dessas músicas que a gente se pergunta: de onde vem tanta inspiração, de onde o Luizinho tirava tantas ideias? É uma música com uma forte referência ao universo do jazz fusion dos anos setenta e oitenta, nas sonoridades que remetem aos grupos como o Weather Report e trabalhos como os dos norte-americanos Billy Cobham e de George Duke. As sonoridades do piano elétrico “Fender Rhodes” e do baixo elétrico remetem ao som do jazz e pop de Stevie Wonder, Chick Corea e Herbie Hancock.”, explica Heriberto.

‘Lago das Pedras’ é a quarta faixa do álbum e chega com participações especiais. A peça foi composta em 1999, no começo da Marimbanda. É um baião que traz muitas características do mestre Luizinho: uma primeira parte melódica e lírica, e uma segunda parte muito suingada, rítmica com “ares de salsa”. Thiago Almeida escreveu o arranjo incluindo o violoncelo e o violino tocado por duas grandes instrumentistas, além de importantes pesquisadoras e professoras das cordas: Dora Utermohl, professora doutora da Universidade Federal do Ceará, e Mathilde Fillat, pesquisadora do violino popular brasileiro e integrante de diversos grupos camerísticos em São Paulo. Nesta faixa, Heriberto usa diferentes flautas: flauta em sol, flauta baixo e flauta em dó.

Luizinho tinha uma vertente de forrós e baiões que viraram clássicos. ‘De Frente ao Baião’, ‘Tudo Vem’ e ‘Eu Quero Baiãozar’, gravados pela Marimbanda, são exemplos dessa pegada nordestina dentro de sua obra. ‘ No Forró do Barro Seco’, quinta faixa de ‘Lindo Sol’, é um arrasta-pé ligeiro e muito animado. A participação do mestre da sanfona, Adelson Viana, é um momento muito especial deste álbum. Adelson é um colaborador constante da Marimbanda desde o primeiro disco, quando gravou o tango ‘Morangotango’.

O arranjo faz alternar os andamentos da música, passando do presto muito rápido para o forró moderado. No final é uma criação musical coletiva, com improvisos instigantes. Michael da Silva faz a zabumba na bateria explorando ao máximo as nuances e sutilezas do instrumento.

‘Um Samba Louco’ é um samba muito rápido, bem a cara de Luizinho, que tocava e compunha sambas rápidos como ninguém. ‘Chega de monotonia’ de Luizinho e ‘Marimbanda’ de Adriano Giffoni foram gravadas assim, a 180 batimentos por minuto.

O que é peculiar nesta gravação é a forma com que Michael da Silva usa a bateria. Ele não a vê somente da forma convencional, marcando o ritmo, acompanhando, mas a usa como um instrumento de várias possibilidades e sonoridades. A sua bateria faz a zabumba, faz o pandeiro, atabaques e diversos instrumentos. É uma bateria viva, que além do ritmo, dialoga com as harmonias e melodias, uma reverência e referência à forma de tocar de Luizinho Duarte. Os arranjos de Thiago deixam espaço para esta expressividade e criatividade do músico.

O álbum finaliza com um samba desses que nascem para ser um clássico do gênero. É um samba da “escola de sambas Luizinho Duarte”: uma melodia em dó maior, cheia de balanço. A versão da Marimbanda para esta música (‘Um samba na escola’) é cheia de fusões de gêneros: o samba conversa com o jazz, o rock e até o boogie woogie, em mais um arranjo de Thiago Almeida.

Luizinho Duarte

Luizinho Duarte (1954-2022) foi muito mais que um músico talentoso, foi o coração e a alma da Marimbanda, foi o fundador do grupo, baterista e principal compositor.

Com uma dedicação de cinco décadas à música, Luizinho se destacou não apenas como um exímio instrumentista, mas também como um respeitado intérprete, arranjador e professor de música.

Trabalhou com vários cantores do Ceará, como Calé Alencar, Amelinha, Cesar Barreto, Fagner e Ednardo. Suas composições foram gravadas por músicos de destaque, como Adriano Giffoni, Roberto Marques e a Spok Frevo Orquestra. Além disso, têm canções — muitas ainda inéditas — em parceria com diversos compositores, como Rogério Franco, Paulo Araújo, Jon Soarez, Eason Nascimento, Dalwton Moura, Richell Martins, entre muitos.

Para Luizinho, as composições surgiam de forma inesperada e suas inspirações provinham do cotidiano, das relações afetivas e da rica poesia presente no cotidiano. Capturava a essência da música brasileira em sua diversidade, especialmente a música do Nordeste.

Seu legado inclui um vasto acervo com mais de 500 composições, em sua maioria inéditas; um tesouro cultural que a Marimbanda se compromete a preservar e difundir.

No site da Marimbanda, foi criado um espaço para as pesquisas e produções acadêmicas sobre Luizinho e sua música, além de ser disponibilizado partituras gravadas pelo quarteto.

A Marimbanda

Com os três álbuns anteriores, Marimbanda (2001), Tente descobrir (2005) e Caminhar (2020), o quarteto se estabeleceu como referência na música instrumental brasileira, destacando-se por trazer uma identidade própria e pela maestria técnica de seus integrantes.

Conquistou repercussão nacional desde o “4° Prêmio Visa – MPB Instrumental” (SP), em 2000; o “Circuito Sesc Instrumental Paulista”, em 2004; o show na “Sala Funarte Sidney Miller” (RJ), em 2001; e o “Circuito Cultural Banco do Brasil”, em 2008; entre outros.

Realizou elogiadas turnês na França e na Bélgica. Em 2017, patrocinada pelo Ministério da Cultura e pelo Banco do Nordeste, por meio da Lei Rouanet, a Marimbanda embarcou em uma turnê nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Destacam-se também projetos como o show “Universo Brasil”, em parceria com o músico carioca Carlos Malta que estreou no Espaço Cultural do BNDES no Rio de Janeiro (2018); e o Projeto “Epifania Kariri”, com os Irmãos Aniceto, e Carlos Malta, selecionado pelo Rumos/Itaú Cultural (2017/2018) que culminou no DVD do espetáculo, um verdadeiro tributo à cultura nordestina, e seu lançamento no prestigiado Auditório Ibirapuera em São Paulo (2019).

Serviço

Turnê e lançamento do álbum ‘Lindo Sol’ do quarteto instrumental Marimbanda

Show de lançamento do álbum

Data: 20/9, às 19h

Local: Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) — R. Conde d’Eu, 560 – Centro

Acessibilidade: como política afirmativa da Marimbanda, antes do início do show, o grupo receberá pessoas com deficiência para uma troca de ideias sobre a banda e os instrumentos. Na ocasião, as pessoas interessadas também poderão conhecer o palco e um pouco dos bastidores do show.

Oficina de práticas de conjunto, criação e improvisação musical

Data: 21/9, às 9h

Duração: 120 minutos

Local: Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) — R. Conde d’Eu, 560 – Centro

Vagas: 20

Inscrições: pelo WhatsApp no número: (85) 98635.6049

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