O governo da Ucrânia anunciou um acordo com os Estados Unidos para o desenvolvimento conjunto de seus recursos minerais, incluindo petróleo e gás. As autoridades ucranianas esperam que o tratado fortaleça as relações com Washington e abra caminho para um compromisso de segurança de longo prazo com os EUA.
O texto final do acordo, datado de 24 de fevereiro, foi aprovado pelos ministros da Justiça, Economia e Relações Exteriores da Ucrânia. O documento prevê a criação de um fundo para investimentos em projetos no país, com 50% dos rendimentos da exploração de recursos minerais sendo destinados a esse fundo. No entanto, atividades já existentes da Naftogaz e da Ukrnafta, principais empresas do setor na Ucrânia, não serão incluídas.
Inicialmente, os EUA exigiam um direito de US$ 500 bilhões sobre a receita gerada pela exploração dos recursos, o que gerou forte resistência por parte do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e de aliados europeus. Após negociações, essa exigência foi retirada, permitindo um acordo mais equilibrado para Kiev.
Apesar do avanço, o texto não inclui garantias explícitas de segurança por parte dos EUA, uma demanda importante para a Ucrânia. Algumas questões, como a participação dos EUA no fundo e os detalhes da “propriedade conjunta” dos recursos, ainda serão discutidas em futuras negociações.
O acordo acontece em um momento de mudança na política externa dos EUA, com Donald Trump adotando uma abordagem diferente da administração anterior ao abrir negociações diretas com a Rússia, sem a participação de aliados europeus e da própria Ucrânia.
Há expectativa de que Zelensky possa viajar aos EUA nas próximas semanas para uma cerimônia de assinatura do acordo com Trump.